quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Episódio 21: SER UMA MÃE SUFICIENTEMENTE BOA



Por que me cobro tanto em ser uma mãe perfeita? Por que sinto tanto medo de errar? Por que sofro com a possibilidade de fazer pouco ou fazer demais?

Essas perguntas me atormentam e me angustiam... Porque sei exatamente que é impossível ser perfeita. É impossível não errar.


Eu erro. Muito. Perco a paciência, grito, brigo, castigo... Mas aí me pergunto: será que isso é mesmo errar? 
Será que o certo é passar por cima do que eu julgo correto para não fazer meus filhos sofrerem?

Acredito que não. Prefiro ser eu a frustrar meus filhos do que a vida mais lá pra frente... Porque a vida pode ser cruel. Pode machucar. E a vida pode não ter pena...

Faço absolutamente tudo o que posso para meus filhos serem saudáveis e felizes. E ponto final.

Por isso minha meta não é buscar a perfeição. É buscar ser suficientemente boa para que, no futuro, eu seja dispensável. Para que, no futuro, meus filhos saibam o que é certo, o que é errado e possam ter a liberdade de escolher qual destino tomar.

Medo? Tenho muito. Muito medo do futuro. Mas, infelizmente, não cabe a mim protegê-los para sempre. Eles são do mundo.
Por isso tento, enquanto pequenos, criá-los para formá-los seres humano de bem.

E sabe o que eu acho? Que estou conseguindo.
Mesmo brigando, mesmo gritando, mesmo me descabelando e, às vezes, fazendo tudo errado, eu sei que a essência deles é do bem.

Tenho fé de conseguir ser uma boa mãe. E só. Nada mais do que isso.



sábado, 30 de novembro de 2013

Episódio 20: DAR LIMITES

Criar um filho exige trabalho, tempo, disposição, dedicação, paciência e ensinamentos.
Quando escuto a expressão: Ser pai é padecer no paraíso; hoje entendo. Não existe no mundo coisa melhor do que ver seu filho crescer, do que ser pai e mãe, do que entender o que é ter seu coração fora do corpo.

Mas, como tudo, tem o lado difícil e trabalhoso. Dar limites não é nada fácil... nada mesmo. Eu não sei os outros, mas aqui em casa dar limite é fundamental, mas nem sempre dá certo... e aí se explica o “padecer”. Nossa, como é trabalhoso.

Acredito piamente que crianças precisam de limites para serem felizes. Criança que pode tudo, se frusta lá na frete, na vida... e tenho certeza que de maneira muito mais dolorida.

Criança precisa entender que existem outras pessoas no mundo e que, por isso, precisam e devem dividir. Devem respeitar o limite do outro. Entender que o direito deles acabam onde começa o direito do outro.
Eles precisam entender que o mundo (infelizmente) não gira em torno deles e o que o centro do universo passa longe de ser o umbigo deles... Eles precisam se frustrar e aprender a tolerar frustrações.

Precisam compreender que muitas coisas podem ser feitas e outras não. Que existem regras e que devem ser cumpridas. Que devem respeitar os mais velhos. Que devem ajudar o próximo sempre que possível.

Eles precisam crescer sabendo o que é necessidade e o que é desejo. Desejo a gente satisfaz quando dá e necessidade precisa sempre ser sanada. Precisam ter privacidade mas, que para isso, precisam se respeitar para ser respeitado.

Lendo isso percebo o quão é importante o nosso exemplo. Não podemos cobrar se não fazemos. Se não mostramos.
Nenhum ensinamento é melhor do que o exemplo. Dar limites não é uma questão de opção (apesar de alguns acreditarem nisso).


Dar limites é dar amor. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Episódio 19: TUDO POR UMA NOITE DE SONO...

Por que será que toda mãe tem aquela olheira profunda??
Será porque uma noite de sono é uma noite premiada? Única? Inédita?

Sim. Sim. Sim.
Minhas olheiras estão cada vez mais profunda. Aqui, como são três, im-pos-sível dormir uma noite inteira, ou 8 horas seguidas.
Quando a bebê resolver chorar de fome, lá vamos nós fazer a mamadeira, dar a mamadeira e coloca-la novamente para dormir.

Quando ela dorme, o mais velho resolve que é hora de sentir medo. E que, pra passar, precisa da mãe ou do pai na cama dele. E lá vamos nós caçar monstros e espantar o medo.

Quando ele resolve dormir e vencer o medo, a bebê acorda novamente. Dessa vez, não de fome, mas porque resolveu tossir tanto que perdeu a chupeta. E lá vamos nós colocar a chupeta na criança.

Enfim, quando me deito e me cubro, o do meio resolve que é hora de fazer xixi e, que pra isso, precisa anunciar aos quatro ventos: PRECISO FAZER XIXI!!
Então lá vamos nós acompanhar ou simplesmente mostrar pra ele que estamos felizes que ele acordou pra fazer xixi.
E começamos novamente... tentar dormir. Dormir...

Passa 40 minutos, a bebê resolve que já está com fome novamente. Quer mamar no peito, mama em um, mama no outro e dorme. Quando colocamos novamente no berço ela resolve que não quer deitar naquela hora e chora... chora... chora...

E lá vamos nós acalmar a criança que chora...

E começamos novamente a batalha por uma noite inteira de sono. Batalha vencida... pelo sono...
E lá vamos nós começar mais um dia, onde não se dorme a tarde e nem se tem tempo para descansar...


zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Episódio 18: RENÚNCIAS DE MÃE

Sempre soube que, junto à maternidade, vinham também as renúncias. Renúncias essas que vem junto com tudo o que ganhamos quando somos responsáveis por outra pessoa. 

Mas, sinceramente, não imaginei que seriam tantas. 
E sabe de uma coisa? Não me arrependo por tudo o que renunciei e por tudo o que ainda vou renunciar. Porque o que se ganha literalmente não tem preço. 

Renunciei a tudo o que era inconsequente e o que era desnecessário. Abri mão de restaurantes por um longo período (e ainda abro). Deixei de sair à noite, de ir ao cinema com tanta constância, de ser uma workaholic. 
Abri mão do meu trabalho como arquiteta. Abri mão da minha promissora carreira. 

Deixei de reconhecer baladas, músicas e moda. Deixei de saber noticias do dia. Deixei de beber. De fumar. Deixei de dirigir rápido. Tenho medo de xingar no trânsito. 

Tenho, agora, medo de avião. Tenho pânico de me machucar ou de que algo aconteça comigo. Passei a acreditar mais em Deus e nos anjos da guarda. Passei a admirar um simples abraço e a amar um sorriso desdentado. 

Passei a chorar a toa, acreditar em fadas e em super heróis. Passei a transformar sonhos em realidade, em cada festa pronta por mim. Agora, acredito em previsão do tempo. Não saio de casa sem protetor, remédios e comidinhas especiais para crianças. Não dirijo rápido. Não falo mal no trânsito. 

Agora, descobri que sou exemplo. E, mesmo completamente imperfeita, tento ser o melhor exemplo que posso. Renunciei ao supérfluo e ganhei o impagável: o amor incondicional. 

 Ganhei ver tantos pares de olhos me admirando. A cada desenho, a cada recorte, a cada carinho eles me admiram. E como admiram. Aprendi a entender choros e gritos, e manhas e birras. Aprendi duramente, mas aprendi. 

Aprendi a tolerar o que antes era intolerável. A respeitar o que antes era bobagem. A amar o que antes eu achava que era gostar. Renunciei ao meu passado. Os relacionamentos que certamente não dariam certo para encontrar o melhor relacionamento. O melhor companheiro e o melhor pai que meus filhos podem ter. 

 Renunciei à arrumação de casa. Hoje, se está bagunçado, está arrumado. Renunciei às viagens pelo mundo. Hoje, aprendi a perdoar. 

Hoje, olho para trás e vejo tudo o que poderia ter sido diferente. Imaginando como estaria hoje sem meus filhos... E sabe o que? Sem tudo isso ao que renunciei, estou completa. Estou melhor. Sou melhor. 

 Pois, aprendi a me doar sem esperar nada em troca. 

A amar sem cobrar. 

 Simples assim.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Episódio 17: AS 50 COISAS QUE QUERO ENSINAR MEUS FILHOS

1. Amar eh delicioso, mas pode machucar. 
2. Felizes para sempre deve ser todo dia, um dia de cada vez.
 3. Respirar fundo antes de falar o que pensa. 
4. Respeitar sempre os pais, mesmo que eles estejam errados. 
5. Compreender que eles não são perfeitos e fazem de tudo pra não errar. 
6. Que pra passar numa boa faculdade, tem que estudar. 
7. Que mesmo achando que esta fazendo escondido, os pais sempre sabem o que você esta fazendo (ou pensando em fazer). 
8. Ficar descalço na grama. Sempre. 
9. Tomar banho de chuva. 
10. Ler um bom livro. 
11. Rezar. 
12. Ter fe e paciência. 
13. Ser benevolente e altruísta 
14. Não discriminar. 
15. Seus irmãos são seus melhores amigos. 
16. Não cobre carinho ou atenção. Você terá de quem você conquistou. 
17. A fila anda. Não sofra. Dor de amor passa. 
18. Terminar um namoro não eh o fim do mundo. 
19. Estudar pode não ser bacana sempre, mas e realmente necessário. 
20. Dedicação em tudo o que você fizer. Seja o que for, faca bem feito. 
21. Não desista. Se não foi da primeira, será da segunda ou terceira. Mas você eh capaz de conseguir tudo o que quiser. 
22. Uma historia mal resolvida fica pra vida inteira. 23. Viaje. Trabalhe, junte dinheiro e viaje pelo mundo. 24. Sinta todos os cheiros... cheiros são lembranças. 25. Tire muita foto. O tempo passa rápido demais. 
26. De atenção. Escute e olhe dentro dos olhos. Isso eh sinal de interesse pelo próximo. 
27. Tudo eh uma fase. Tenha paciência, que passa. 
28. Faca sua parte. Em tudo. Mesmo que não seja reciproco. 
 29. Durma e descanse bastante. 
30. Sempre coma pratos que tenham pelo menos 5 cores. Isso eh saudável. 
31. Faca amigos. Muitos amigos. Mas não se iluda. Poucos serão verdadeiros. 
32. Mantenha contato com as pessoas. 
 33. Fique junto da sua família. 
34. Tenha um animal de estimação. 
35. Construa uma família e não desista dela. 
36. Seja um bom cidadão. Um ser humano de bem. 37. Seja firme. 
38. Chore. Chorar não e sinal de fraqueza, e sinal de humanidade. 
39. Você pode ser a diferença na vida de outro alguém. 
40. Case com alguém que você ame. A paixão passa com o tempo. 
41. De risada. Muito. De tudo! 
42. Dance. Se divirta. 
43. Você eh importante para esse mundo. 
44. Trate bem da sua esposa/marido. 
 45. Respeite para ser respeitado. 
46. Converse sempre. 
47. Não tire conclusões precipitadas. 
48. Tenha paciência. 
49. Lute pela sua felicidade todos os dias. 
50. Ame incondicionalmente.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Episódio 16: A TERCEIRA LEI DE NEWTON

“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade.”



Já repararam como essa lei faz parte do nosso dia-a-dia e, muitas vezes, nem percebemos? Eu mesma estava vivendo uma fase onde estava recebendo dos meus filhos exatamente o que estava dando e ainda reclamava.
Eu só brigava. Eu só gritava. Eu só reclamava. E eles? Eles só brigavam, eles só gritavam e eles só reclamavam...

Triste isso não? Pois bem... Comecei a prestar atenção que exatamente o que eu fazia, eles faziam. Eu sou o espelho. Sou a base. Sou o porto seguro.
Se eu estou meio desajustada, como cobrar que eles, pequenos, não estivessem?
A chegada de um novo ser numa família desestrutura um pouco tudo o que estava já acomodado... Isso não só com os irmãos...
Comigo também mexeu muito. Muito amor que não cabia em mim, mas, mais uma grande responsabilidade. Mais um ser humano dependente integralmente de mim (por um bom tempo). E isso me assustou, me afligiu e me deixou insegura.

Mesmo sendo o terceiro e eu sabendo tuuuuuuudo o que tinha pela frente.
Mas os mesmos medos, as mesmas inseguranças e algumas duvidas ainda apareceram... E eu, que sem perceber, deixei aparentar tudo isso dei a “liberdade” dos meus meninos também se desajustarem. E eles se desajustaram.

Então, percebi que eu havia mudado com eles e, por isso, eles haviam mudado comigo. E era exatamente isso que me afligia.
Consegui enxergar que precisava mudar. Que precisava me acalmar para que eles se acalmassem. Que precisava de ajuda.

Dito e feito. Sigo o mantra: eu não vou perder o controle.
E sabem o que? Não perco.

Agora converso ao invés de gritar. Agora exemplifico ao invés de ameaçar. Mudei. E com isso eles mudaram.


E hoje, estamos assim... Mais calmos. Eu com eles e eles comigo...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Episódio 15: SÓ POR HOJE

Só por hoje vou dizer eu te amo. Só por hoje não vou ligar para má criação.
Só por hoje não vou me preocupar com a friagem. Vou tentar não ser perfeccionista e tentar não cobrar a perfeição.
Só por hoje vou comer porcaria e dormir de tarde. Só por hoje, vou deixar os filhos com os avós e sair com o marido.
Só por hoje vou abraçar até esmagar as crianças. Não vou gritar e nem brigar. Só por hoje não vou ligar para a bagunça nem para a sujeira de comida na cozinha.
Só por hoje não vou comparar meus filhos com o dos outros. Não vou me preocupar se eles tomaram banho ou não.
Só por hoje não quero ouvir “mamãe” a cada milésimo de segundo. Não quero ouvir reclamação. Não quero ouvir choro.
Só por hoje não vou trabalhar.
Só por hoje quero silêncio. Quero não ser interrompida. Quero ter uma longa conversa ao telefone.
Quero um banho demorado. Quero ter tempo para fazer escova no cabelo. Quero tranquilidade.
Só por hoje quero ficar sozinha. Ler um livro inteiro (que não seja de contos de fadas). Quero calma. Quero falar baixo e ser ouvida. Quero ser obedecida.

Utópico? Totalmente...

Porque se isso acontecesse seria vazia. Triste.
E com toda essa confusão diária, cansativa e estressante, minha vida não seria completa.
Eu não seria feliz e realizada. Como mulher, como mãe.
Com todas as dificuldades que isso implica. Com todos os obstáculos.
Estou aqui pro que der e vier. Dando o meu melhor. Entregando o que posso e recebendo o que mereço.
Pois, como diz a oração mais linda desse mundo: “...  é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado...”